Monday, February 20, 2006

A história momentânea de "un coup de foudre"

Olhares fugidios, dançantes,
Sorrisos fáceis,
Conversas entrelaçadas
Alheias ao correr do tempo.

Palavras dúbias, lançadas,
Como arma de conquista no meio de uma conversa.

E… de repente
Encontramos nesse alguém
Quem nos sente a voz,
Quem nos mede os olhos.

E… de repente
Encontramos nesse alguém
Uma razão para…
Morrer e voltar a nascer
Naquele local entre o sonho e a realidade
Onde as paixões têm sempre lugar.


          Vila Real
          19-02-2006

Conversas a dois no tempo da delicadeza

(quando leres, vais-te rever e talvez rever-me, “depois de te perder, te encontro com certeza, talvez no tempo da delicadeza, onde não diremos nada, nada aconteceu, apenas seguirei como encantado ao lado teu”)


Um outro Eu,
Um outro Tu,
A mesma vontade de Te encontrar.
Um outro cenário,
Desta nossa história
Que já teve tantos palcos de conversa.
Conversas do quotidiano,
Partilhadas em sons breves…
De musicalidades ténues.
Olhares dançarinos,
Protagonistas de conversas, mudas,
Na mesa do café de sempre.
Conduzida pelas tuas questões,
Vou desfiando os meus dias
Como se o tempo não pesasse entre nós.
Amo-te hoje, novamente,
Pela facilidade com que me descubro em Ti
Amo-te…
Cada vez que te encontro e,
Novamente me despeço…
Mas, não digo nada,
Não vou demolir
Esta cumplicidade sofrida,
Erigida por nós.
És o meu ouvinte preferido
Das conversas a dois no tempo da delicadeza.


Vila Real
17-02-2006

Bagagem

Sonhos dobrados,
Vincados,
Repassados,
À espera de ser vividos.
Palavras semeadas no vento,
Gravadas na memória…
Memórias quentes de Verão…
Gélidas de Inverno,
Ideias aconchegantes.
Restos de vidas,
Fotografias,
Sons roucos, ocos…
Carga que levo em mim
Nesta viagem…
Bagagem com a qual,
Um dia…
Farei uma varanda com vista para o mar.

                 Vila Real
          18-02-2006

Monday, February 13, 2006

Pesadelo

Aproximaste-te,
Procurei, ávida, o sorriso terno de outras noites
Mas, dos teus lábios não surgiu o sorriso,
Saltaram palavras acutilantes
Que atingiam como setas o âmago do meu ser.

Encolhi-me, e tu…
Indiferente ao meu sofrer continuaste…
Pronunciaste palavras, destruíste castelos.
Nesta noite tinhas armas…
P’la primeira vez abandonaste a cor
E, como fantasma predador
Povoaste o lado negro dos meus sonhos.

                         Régua
          12-02-2006

Saturday, February 11, 2006

És o meu segredo

És o meu segredo,
Escondo-te dentro de mim
Como quem protege um tesouro,
Porque os tesouros mais bem guardados não se devem partilhar.
Como um segredo, não te conto a ninguém,
Porque assim és só meu…
Neste mundo entre o sonho e a realidade
Para onde corro sempre que te quero encontrar.
E, nesse mundo só meu, que gostava que também fosse teu
Vivo o meu segredo,
Sem medos,
Ameaças,
Ou cores negras de desgraças que nos possam separar…
És o meu segredo, neste mundo meu,
Para onde me arrasto quando em Ti quero morar…

Vila Real
11-02-2006

Monday, February 06, 2006

O Poder das palavras

“Se me disseres que me amas, acreditarei
Mas se escreveres que me amas,
Acreditarei ainda mais.

Se me falares de saudade, entenderei.
Mas se escreveres sobre ela,
Eu a sentirei junto contigo.

Se a tristeza vier a te consumir e me contares,
Eu saberei.
Mas se a descreveres no papel, o seu peso será menor.”

…e assim são as palavras escritas:
possuem um magnetismo especial,
libertam, acalentam, invocam emoções.

Elas possuem a capacidade de,
em poucos minutos, cruzar mares,
saltar montanhas, atravessar
desertos intocáveis.

Muitas vezes, infelizmente, perde-se o autor,
mas a mensagem sobrevive ao tempo,
atravessando séculos e gerações.

Elas marcam um momento que será eternamente revivido
por todos aqueles que a lerem.

Viva o amor com palavras faladas e escritas.
Mate saudades, peça perdão, aproxime-se.
Recupere o tempo perdido, insinue-se

Use a palavra a todo o instante,
De todas as maneiras.
Sua força é imensurável.

Lembre-se sempre do poder das palavras.

“Quem escreve constrói um castelo,
E quem lê passa a habitá-lo”

                                               (Autor desconhecido)

P.S: Recorro a este autor desconhecido, que realmente não sou eu, para explicar o porquê deste blog, a razão pela qual quero perdurar ideias e sensações…