Saturday, September 09, 2006

No soluço de um comboio

Ao ritmo soluçante do comboio

Vejo-te passar por mim,

Cada vez mais rápido,

Até seres só, raios de luz.

Caminhamos em sentidos contrários,

Direcções distintas,

Rumo ao norte

Rumo ao sul.

Já não te vejo…

Sinto apenas

A brisa quente,

O ar movido

À tua passagem.

No início foste vendaval,

Remoinho…

Pensei que janelas calafetar

Para não te permitir entrar.

Passada a loucura

Fica o carinho,

Talvez, ternura?

Hoje, és raio de luz,

Brisa calma

Ao descer da noite.

Cai o pano,

Acaba a cena.

Mais um poeta

Da minha vida

Que se ausenta.


Algures num comboio entre Algarve e Lisboa

08-09-2006


20 Comments:

Blogger Alex Flôr Negra said...

No soluço de um comboio saiu-te um belo momento lirico...
Muito inspirado...
Muito bonito...
*

1:43 PM  
Blogger OLHAR VAGABUNDO said...

:)adoro andar de comboio sozinho.até pareçe que somos diferentes do mundo nesse pekeno espaço...
beijo vagabundo

2:55 AM  
Blogger sem-comentarios said...

Se os comboios te inspiram tanto, deverias andar sempre !
Pq esse poema está brutal :)

bj***

6:58 AM  
Blogger A. Pinto Correia said...

Forte e sensual o poema. Belissimo momento de inspiração.
Beijo

2:05 PM  
Blogger Pierrot said...

Gira esta imagem...
Depois da tempestade vem a bonança, e por vezes, por incrivel que pareça, até fica a saudade ou a boa lembrança.
E um poeta nunca se ausenta da tua vida, pelo menos, na alma. Os escritos estão lá sempre. A sua marca é perene. Infelizmente, nem todos são poetas, se é que algum o é, né?
Bjos daqui
Eugénio

10:27 AM  
Blogger naoseiquenome usar said...

Leves e douradas memórias?

10:47 AM  
Anonymous Anonymous said...

Viajou o comboio e as tuas palvras =)

9:03 AM  
Blogger Silêncios said...

Está magnifico...

12:53 AM  
Blogger Goticula said...

Comboio chamado vida... Lindo!

beijinhos

5:49 AM  
Blogger asr said...

Inspirador esse comboio que te proporcionou este belo momento :)

Beijinhos

3:24 PM  
Blogger Delfim Peixoto said...

adorei....lindoooooooooo
bjs ternos e doces

5:22 PM  
Blogger Nilson Barcelli said...

direcções trocadas.
Acontece.
Mas gostei das tuas palavras, ao ritmo de pouca-terra, pouca-terra electrizante.
Um beijo.

8:23 AM  
Blogger karla said...

k texto tão lindo...

beijo

6:47 AM  
Blogger Luís said...

A vida é assim mesmo: presenças que se tornam ausências. E por vezes, ausências que voltam a ser presenças. Brisas calmas. Excelente texto:)

4:46 AM  
Blogger Goticula said...

Passei para te deixar um beijinho.

5:54 AM  
Blogger Unknown said...

Da paixão ao amor?
Pode ser?
Como se a bonança chegasse...
Gostei muito.

daniel sant'iago

8:27 AM  
Blogger k8tye said...

O fim, ou pelo menos, o seu inicio...

p.s: Desculpa, passei por aqui e não pude deixar de comentar. Gostei do texto... ;) **

9:50 PM  
Blogger Nilson Barcelli said...

Miriam, não escreves mais?
Vamos lá...
Um beijo.

2:40 AM  
Anonymous Anonymous said...

este poema fez-me lembrar o anuncio da vodafone... que está brutal... :)
não fosse eu violinista... lol :)

6:47 PM  
Blogger Pedro Arunca said...

Pouca terra
muita guerra
vale a pena
subir à serra
cantar teu poema

7:17 AM  

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